segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vice-prefeita de Amargosa participa do encontro sobre a mulheres na política baiana

O evento foi extremamente positivo para as mulheres baianas, uma vez que reafirmou a necessidade das mulheres se fazerem presentes na política. Infelizmente ainda estamos sub-representadas na Bahia e no Brasil e por isso precisamos vencer as inúmeras barreiras que ainda nos são colocadas, sejam elas culturais ou não. A mulher q não está na política já é descriminada! Imaginemos então, a mulher política! E os entraves não são pequenos: tentam nos desqualificar o tempo inteiro; as cotas partidárias não são cumpridas e os partidos não recebem nenhuma sanção por isso; reforçam a ideia de q o nosso espaço deve estar restrito as atribuições do lar, marido, filhos. Mas, temos em contrapartida criatividade, sensibilidade e pensamento muito mais coletivo afirma Karina Silva.
Nós mulheres temos de virar o jogo e não vamos virar o jogo se ficarmos bem comportadas dentro de nossos partidos, se não nos mobilizarmos e não conseguirmos uma unidade de propósitos em torno de metas claras e factíveis de representação política”. A declaração da Senadora Lídice da Mata (PSB) foi feita durante o pronunciamento de encerramento do Encontro sobre a Mulher na Política Baiana, realizado nesta quinta-feira, (11), no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB).
Primeira e única senadora baiana, Lídice foi enfática na defesa das propostas de financiamento público de campanha, voto em lista aberta ou fechada com alternância de gênero e aumento das cotas de fundo partidário para formação política de mulheres e ampliação do tempo de TV destinada às candidaturas femininas. No entanto, disse estar cética e descrente que “este parlamento majoritariamente conservador” seja capaz de aprovar tais medidas.
Para Lídice, a verdadeira reforma política, capaz de aprofundar e radicalizar a democracia levando ao poder parlamentares que representem as maiorias (os mais de 60% da população negra e os 52% de população feminina), bem como as minorias (como os segmentos da luta pelos direitos LGBT e dos deficientes físicos) só poderia ser feita pela convocação de uma Assembleia nacional Constituinte, capaz de tratar não só da reforma do sistema eleitoral, mas de uma ampla discussão do papel de Municípios, Estados e Federação, da judicialização da política, do fortalecimento do poder legislativo frente ao advento das medidas provisórias, entre outras questões.
“A verdadeira reforma política é a nossa mobilização. Precisamos sair da letargia com um movimento de mulheres organizado que tenha como meta passar de 47 para 100 prefeitas baianas, de atingirmos 20% das câmaras legislativas nas próximas eleições baseado em uma pressão política para que os partidos não só cumpram a lei que estabelece a cota de 30% de candidaturas destinadas às mulheres, mas que efetivamente viabilizem estas candidaturas” pontuou Lídice.
Ao final do Encontro, Lídice conclamou os presentes a firmarem uma moção de apoio CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas em sua luta para exigir do governo brasileiro medidas imediatas pelo repatriamento das duas filhas da comerciante Rosenilda Barbosa, de Camaçari, que foram aliciadas em Portugal, onde permanecem de forma ilegal.
Compartilho com a Senadora Lídice a idéia de que nós mulheres temos que não só ter acesso, mas nos fazer presentes nos espaços de poder e só assim poderemos aprofundar a democracia nesse país.
Estiveram entre os presentes ao evento realizado em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), a secretária de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa, a deputada estadual Luiza Maia(PT), o presidente da UPB e prefeito de Camaçari Luiz Caetano, a vice presidente da entidade e prefeita de Cardeal da Silva Maria Quitéria (PSB), e a vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos e prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, além de outras representantes das 47 prefeitas, 11 deputadas estaduais 60 vice-prefeitas e 492 vereadoras do Estado da Bahia. Da redação do Amargosa Notícias