'Sem compromisso', Lurdez da Luz lança novo clipe

Mariana Caldas -mtv.uol.

   

A linda Lurdez da Luz acaba de lançar no Portal MTV seu novo clipe 'Ziriguidum'

O novo clipe de Lurdez da Luz, que na identidade é Luana Dias, é desses que não dá vontade de parar de ver. Com uma estética dos anos 90, muita cor, suingue, quentura e paquera, a morena divulga o hit ‘Ziriguidum’, que tem um beat criado pelo MC e produtor musical norte-americano Mark Ladd. A música está no seu disco de estreia, homônimo, lançado no ano passado.

"Nesse clipe, eu não estava muito preocupada com a mensagem. Essa música é uma tiração de onda, completamente sem compromisso, um pouco politicamente incorreta. É pura diversão! E eu queria que o clipe passasse essa descontração, de um dia quente com os amigos, cheio de curtição. A ideia é o som tocando no rádio e várias pessoas ouvindo ao mesmo tempo, em diferentes lugares e situações", disse a cantora, em entrevista à MTV.

Com mais de dez anos de carreira no rap, a bela foi parceira de Rodrigo Brandão no Mamelo Sound System por muito tempo, até sentir que era hora de investir no seu trabalho solo. Foram dois anos de produção totalmente independente, com dinheiro do próprio bolso. "Já faz um ano que lancei o meu disco, mas acho que ele ainda tem fôlego. Está no processo, muita gente ainda não conhece", comenta Lurdez, que foi indicada ao VMB deste ano pelo clipe de 'Andei'. 

Mesmo trabalhando com homens durante a vida inteira, Lurdez nunca negou sua feminilidade. Nem no palco, nem na vida, nem na voz. Desde o seu primeiro trabalho solo, ela quis trazer o universo feminino para o seu rap, achou que era importante e necessário mostrar o seu lado, o seu ponto de vista, falando de amor do seu jeito, com muita atitude. "O disco tem um posicionamento, não é pura descrição. Em todas as músicas eu defendo um ponto de vista que é meu", diz.

Sua escrita é poética, diferente do rap com o qual estamos acostumados, o que segundo ela é uma clara influência da poesia e das palavras da música brasileira. É a sensibilidade feminina invadindo o freestyle. "Quando eu comecei, as únicas meninas da cena faziam parte de um ou outro grupo de homens. Até dois anos atrás não existia nenhum disco solo de menina. Hoje tem um monte de mina lançando single, disco, fazendo freestyle. Na verdade eu acho que demorou para ter qualidade. Mas agora, além de serem muito boas, elas estão inovando, criando novas formas de rap", comenta. "Todo mundo fala que o rap é super machista. Mas os outros gêneros também são. É difícil você ver uma banda só de mulher, na maioria das vezes elas são no máximo cantoras. E, o universo dos MCs, de fato, é mais masculino. Tem essa parada de ir para a rua, estar no rolê. É normal ter poucas mulheres", explica. 

Apaixonada pelo rap desde os 12 anos, a MC não se considera cantora. "Consigo rimar em qualquer base. Mas não sou intérprete, não consigo pegar uma música de outra pessoa e cantar, sem muito estudo", diz. Para ela, ser MC vai muito além da música. É um modo de vida, uma forma de expressão. 

Influências
As influências foram muitas e vieram de todos os lados, de Mutantes e Novos Baianos a Cartola, Elza Soares e Clara Nunes. Música mais moderna também faz parte da inspiração de Lurdez da Luz. "Tenho ouvido muito a Orkestra Rumpilezz, Luisa Maita, Criolo, Emicida, Ogi".

Para fazer este disco, Lurdez mergulhou fundo na pesquisa da música brasileira, principalmente nos discos obscuros dos anos 70, no clima dos primeiros discos da Gal Costa. Ela acredita que o rap é muito mais, um universo infinito, com muitos subgêneros que ela gosta de definir como 'hip hop music', que junta tudo e vai além, rimando em bases que não são necessariamente de rap. Diz estar feliz com a cena contemporânea, que está quente, deliciosamente livre e cheia de misturas, principalmente em São Paulo. 

Ultimamente, Lurdez da Luz anda se aventurando na música eletrônica e já pesquisa novas estéticas para seu segundo disco, que pretende lançar até o meio do ano que vem. Chega logo 2012!