terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mulheres mais fortes!


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Este será o meu primeiro artigo para a “sermulher.mundo.pt”, e demonstra, basicamente o que todas as mulheres querem ser sem realmente o saber… Está confusa? Não se preocupe que eu passo a explicar.
A imagem de uma mulher perfeita dos dias de hoje é, essencialmente, a imagem de uma mulher magra (muitas vezes demasiado magra, se nos basearmos na imagem das top models). É essa a imagem que as mulheres procuram e muitas vezes o treino de força é interpretado como um meio para se “crescer”, isto é, que leva a um crescimento dos músculos que pode ser exagerado e consequentemente, indesejado. Daí o facto de existir alguma aversão ao treino de força por parte das mulheres, o que é uma aversão totalmente errada. Se um plano de treino de força for bem desenhado, nunca irá fazer com que o seu corpo “cresça” demasiado, mas irá sim permitir queimar mais massa gorda, mais rapidamente, elevando o seu metabolismo.

TESTOSTERONA
A principal razão para existirem diferenças significativas na hipertrofia muscular (i.e, crescimento dos músculos) entre homens e mulheres, é o facto de as mulheres produzirem bastante menos testosterona enquanto treinam.

A testosterona é a hormona que vai determinar quanto o músculo vai “crescer” em resposta a um determinado estímulo (por exemplo, fazer 12 repetições de bicipete curl). Basicamente, quanto maior for a produção de testosterona, mais os músculos se irão desenvolver e em resposta a um treino de força, os homens produzem cerca de 10 vezes + testosterona que as mulheres. Logo, por muitos bicipete curl que uma senhora faça, nunca irá ficar com um bicipete como o schwarzenegger.
No entanto é importante de sublinhar que entre duas mulheres as diferenças de produção de testosterona podem ser de até 6 vezes superiores, o que explica a tendência que certas mulheres têm para “alargar”. Este factor não deverá ser demasiado enfatizado, porque com o treino adequado às suas características físicas e psicológicas irá obter o corpo que sempre desejou!

CARDIO VS TREINO DE FORÇA
Quanto à necessidade de perder massa gorda, o treino de força tem um papel preferencial sobre o treino cardiovascular. Vamos a um exemplo prático:
A gordura queimada num exercício de longa duração e baixa intensidade (50% vo2 máximo) é de cerca de 3 a 5 calorias por minuto, sendo a principal fonte de energia a gordura. Num exercício físico de alta intensidade a quantidade de energia utilizado é menor mas o dispêndio energético é de 7 a 9 calorias por minuto. No entanto, à medida que o exercício se vai tornando mais intenso, menos gordura é utilizada por cada caloria gasta (durante o exercício), mas o total de calorias obtidas através do metabolismo da gordura é superior.

Vejamos o seguinte estudo (Melby 1998):
Calorias usadas durante o exercício:
. Aeróbio (baixa intensidade) = 210 (obtidas maioritariamente através do metabolismo da gordura)
. Anaeróbio (alta intensidade)  = 650 (obtidas maioritariamente através do metabolismo da glicogénio )

Calorias adicionais usadas 2 horas depois:
. Aeróbio = 25 (obtidas maioritariamente através do metabolismo da gordura)
. Anaeróbio = 210 (obtidas maioritariamente através do metabolismo da gordura)

Calorias adicionais usadas 3 a 15 horas depois:
. Aeróbio = 0
. Anaeróbio = 260

Podemos então considerar que o treino de força é uma estratégia que permite perdas de massa gorda mais substanciais do que o treino cardiovascular (feito a um ritmo constante, de intensidade baixa), essencialmente porque a recuperação é feita através do metabolismo da gordura como substrato energético.

Não pretendo obviamente desvalorizar o treino cardiovascular, isto porque é de extrema importância para um funcionamento saudável de todo o sistema cardiorrespiratório e para a saúde geral. Pretendo sim desmistificar o treino de força entre as mulheres e demonstrar que é um excelente aliado na obtenção dos seus objectivos!


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