sábado, 27 de agosto de 2011

Lugar de mulher é na política
Lançando um olhar sobre a igualdade feminina no Brasil sob a ótica da representatividade política, veremos que as brasileiras não têm se sobressaído bem neste setor. Estão perdendo, por exemplo, para as argentinas, nosso  vizinho país, rival no futebol,  e que conta com um número maior de mulheres eleitas do que o Brasil.
A primeira mulher a ter sucesso ao se embrenhar por este caminho, foi no nordeste, com a vitória da prefeita  Luiza Alzira Soriano Teixeira, no ano de 1928, na cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte.
Ela deve ter sido eleita somente pelo voto masculino, visto que o voto feminino só passou a vigorar a partir de 1932. Isto dobra o valor deste feito.
Na Câmara Federal, a primeira vitoriosa foi de São Paulo, no ano de 1933, com a eleição de Carlota Pereira de Queiroz. A inauguração da ala feminina no Senado brasileiro se deu em 1979, com a eleição da senadora do Amazonas, Eunice Michilles.
A primeira mulher a exercer o cargo de governadora no Brasil foi Iolanda Lima Fleming, no Acre, de maio de 1986 a maio de 1987. Mas atribui-se, comumente, a Roseana Sarney o feito de ser a primeira governadora eleita no Brasil, o que aconteceu em 1994, tendo sido também a primeira governadora brasileira a se reeleger em 1988, no estado do Maranhão.
Finalmente, os brasileiros elegem sua primeira presidenta da República nas últimas eleições, no ano de 2010: Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil. Mas a representatividade feminina ainda é pequena na nossa democracia. No Congresso Nacional, tem girado em torno de doze por cento das cadeiras, entre o Senado e a Câmara dos Deputados. O número não é muito diferente disso nas câmaras de vereadores dos diversos municípios. Para fortalecer a democracia, que só será plena com a efetiva inserção das ideias femininas nas discussões, os legisladores brasileiros têm criado dispositivos para incentivar as mulheres a entrarem na política.
Em 1997, foi aprovada a lei 9.504, estabelecendo cota de 30% das vagas para as mulheres. Em 2009, a lei 5.498 passou a estabelecer que 5% dos recursos do fundo partidário e 10% do espaço do programa eleitoral devem ser destinados às mulheres, ou, se um dia as mulheres se tornarem maioria, deve ser destinado ao gênero que estiver em minoria.
Mesmo com estes incentivos, as mulheres ainda são um pouco desinteressadas da política. Não sei se é uma questão cultural no Brasil, ou se é em decorrência da falta de vislumbrar maiores apoios por parte dos partidos, mas gostaria de deixar aqui meu incentivo para que as mulheres olhem com um olhar diferente para a política: Vamos participar mulheres! Filiem-se aos partidos políticos, inteirem-se dos fatos, contribuam com seus pontos de vista. Reflitam sobre as políticas publicas. Coloquem seus nomes à disposição dos partidos políticos e da população. Participem!
A frase dita por Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile, fica como reflexão por esta data: “Quando uma mulher entra para a política, muda a mulher, mas quando muitas mulheres entram para a política, muda a política”.
(*) Mariene Fagundes é presidente regional do PR Mulher
atribunamt.com.br

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