segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Grupo de pesquisa sobre mulheres operárias de Valença seleciona monitores

O grupo de pesquisa Mulheres operárias da Companhia Valença Industrial (CVI), vinculado ao Departamento de Educação (DEDC) do Campus XV da UNEB, em Valença, está com inscrições abertas – até o dia 15 deste mês – para a seleção de quatro monitores voluntários.

A seleção é direcionada aos discentes de pedagogia e direito do DEDC, além dos estudantes das licenciaturas da universidade, oferecidas por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), do Ministério da Educação (MEC).

Os interessados em participar da iniciativa devem solicitar ficha de inscrição pelo e-mail mrvieira@uneb.br e entregar os documentos solicitados na sede do Núcleo de Pesquisa e Extensão (Nupex) da unidade, das 14h às 18h, ou no protocolo do DEDC, das 8h às 12h e das 14h às 20h.

“As mulheres desta companhia foram as primeiras do país a se inserir no mercado formal de trabalho com carteira assinada. Isso estimulou uma luta pela libertação e autonomia feminina. Nossa pesquisa estuda esta e tantos outros momentos históricos sobre cultura, identidade, memória e gênero, além das demandas sociais do nosso povo”, explica o professor do DEDC Márcio Vieira, coordenador do grupo.

Entre as atividades que serão desenvolvidas pelos monitores estão a participação em eventos científicos, viagens para a divulgação da pesquisa, estudo de campo, confecção de artigos, editoração de textos e organização de eventos.

A seleção consiste em análise curricular e da justificativa pessoal, além de entrevista, que está prevista para acontecer no dia 16, na sala dos professores do departamento.

A Companhia Valença Industrial (CVI), fundada em 1844 e ainda em atividade, é a fábrica de tecido mais antiga do Brasil e uma das primeiras na América Latina. A empresa passou a contratar mulheres nas décadas de 1960 e 1970.
Militância feminina

De acordo com Márcio Vieira, o projeto de pesquisa Mulheres operárias da Companhia Valença Industrial (CVI) tem o objetivo de “re-significar” a memória das fiandeiras e tecelãs da fábrica.

Após os primeiros resultados da pesquisa, estão previstos a publicação de livros sobre memória, cotidiano e cultura operária, além de colaborar na organização de conselhos e movimentos sociais que atuam na questão feminina.

“Queremos construir uma política de intervenção, formação e organização dos movimentos sociais de gênero, direitos humanos e cidadania”, adianta Márcio.

O coordenador também pretende realizar uma conferência regional sobre os direitos das mulheres e apresentar projeto para a criação de um programa de pós-graduação em cultura operária, gênero, direitos humanos e educação.

São parceiros do grupo de pesquisa o Centro de Referência da Mulher de Valença, vinculado ao governo federal, a Secretaria estadual de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi), a prefeitura de Valença, os conselhos de Educação e de Direitos da Mulher da Câmara Municipal e as ongs União de Negros pela Igualdade (Unegro) e Mulheres Negras de Valença.

Informações: DCH/Campus XV – tel. (75) 3641-0599.