domingo, 14 de agosto de 2011


Fotografia: Jornal de Angola

Ana Manifesta força de mulher


Figura de proa e com uma trajectória política que traduz a força e capacidade própria da mulher angolana, Ana Manifesta diz que o segredo do seu sucesso está no espírito batalhador e a determinação com que tem encarado os problemas da vida quotidiana.  
Directora da Família e Promoção da Mulher no Zaire, Ana Manifesta tem orgulho em ser bem sucedida no sector político da província. Já desempenhou cargos partidários e governamentais ao longo dos 33 anos que leva de serviço público. Perto da idade da reforma, Ana Manifesta começou a trabalhar com 25 anos, em 1978, no comité provincial do MPLA, em Mbanza Congo, sua terra natal.
Esteve exilada 14 anos na República Democrática do Congo para onde foi quando começou a guerra colonial, em 1961. Quando regressou teve dificuldades na língua portuguesa porque o ensino primário e metade do preparatório foram feitos naquele país vizinho.
Apesar das dificuldades na língua, em seis meses aprendeu a dominar o português e começou a trabalhar nas estruturas do MPLA em Mbanza Congo. O içar da Bandeira Nacional a 11 de Novembro de 1975, disse, marcou o seu regresso a Angola. Concluiu o ensino médio em 1987 na especialidade de ciências sociais, no PUNIV. Em 1986, assumiu o cargo de coordenadora municipal adjunta de revisão e controlo do comité municipal do MPLA. Um ano depois, passou a liderar em regime de acumulação o secretariado provincial da OMA. De 1988 a 1998 assumiu o cargo da coordenadora provincial do comité para revisão e controlo do MPLA. Com a abertura, em 1997, da Direcção Provincial da Família e Promoção da Mulher, Ana Manifesta, foi chamada pelo então governador provincial Ludi Kissassunda para ocupar o cargo de directora.
Ana Manifesta diz que o desenvolvimento pleno de um país, a paz e o bem-estar no mundo, necessitam também da participação das mulheres em todos os domínios. Na sua opinião, “é urgente mudar o papel tradicional dos homens e das mulheres na família, para se construir uma sociedade sadia”.   
Solteira, 58 anos, mãe de sete filhos, Ana Manifesta diz que a mulher só pode ser bem sucedida no processo de socialização se evitar as ilusões de comportamento: “a mulher deve ter orgulho próprio e manter-se firme na realização dos projectos de vida idealizados”, frisou.
Habituada a aconselhar jovens casais desavindos nos lares, afirma que “ser mulher não é andar pela rua esperando a sorte de encontrar um homem. A mulher não deve cruzar os braços e ficar na dependência do marido”, sublinhou.

Ana Manifesta diz que a mulher deve compreender que possui constituição física e intelectual para trabalhar e superar os desafios sociais, através da formação académica e profissional. Disse ainda que a concepção de igualdade entre mulher e  homem, não pode ser confundida com a exclusão dos deveres caseiros diários de uma dona de casa. 

Ana Manifesta Responde

Alguma vez pensou em desistir de algum projecto?
Acho que não. Defendo que um comandante nunca deve abandonar os seus soldados em parada na formatura. Portanto até os meus superiores me convidarem a deixar determinado cargo, mantenho-me firme no trabalho.
 
Como educar os filhos?Educar um filho é mostrar o melhor caminho a seguir. Dar-lhe alimentação, educação, formação, proporcionar-lhe uma formação integral, de acordo com os recursos financeiros de cada família. A educação parte de casa. Esta educação tem que ser forte, porque é a principal.

Há falta de orientação no seio das famílias?Não diria isso. Acho que há muita ilusão. Há famílias que orientam bem os seus filhos, mas devido às influênciais externas, eles assumem comportamentos nocivos à sociedade.

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