Falta de política para mulheres prejudica Oeste
Apenas um município possui um departamento específico para este público alvo
Arquivo |
---|
Moema Líbera Viezzer, uma das principais vozes do feminismo regional |
Por falta de uma estrutura voltada ao atendimento das necessidades desse público-alvo, a maior parte das prefeituras ligadas à Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) deixa de receber recursos por parte da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, ligada diretamente à Presidência da República.
No Paraná, apenas as prefeituras de Toledo, Maringá, Londrina, Campo Mourão e Guarapuava possuem secretarias municipais da Mulher. Nem a capital Curitiba, reconhecida como uma das cidades brasileiras que ostentam melhor qualidade de vida, possuiu algo neste sentido. Na região Oeste, esforços estão sendo feitos em Medianeira para criar uma estrutura semelhante, mas a proposta não saiu do papel até agora.
Apesar de figurar entre os ministérios com menor orçamento do governo federal, a Secretaria da Mulher consumiu entre 2008 até agora cerca de R$ 17 bilhões do Tesouro Nacional. Parte desses recursos foram utilizados na implantação do Plano Nacional de Políticas para Mulheres, lançado pela ex-ministra Nilcéa Freire e pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. “No orçamento para o próximo quatriênio, os recursos aumentaram para R$ 21 bilhões”, destaca a socióloga e ativista feminista Moema Líbera Viezzer, uma das principais fozes do feminismo regional e fundadora da Rede Mulher de Comunicação, que tem sede em São Paulo.
A Secretaria Especial da Mulher lançou dias atrás o programa Mulheres Mil, que pretende formar e inserir 100 mil mulheres no mercado de trabalho até 2014. O Mulheres Mil, que faz parte do Plano Brasil sem Miséria, quer dar acesso à educação profissional a mulheres em situação de vulnerabilidade social, como mães solteiras, ou chefes de família, que não tiveram oportunidade de estudar e nem de ser inseridas no mercado formal.
Na região, a única secretaria existente tem orçamento baixo
Mesmo a única estrutura pública voltada ao atendimento exclusivo para as mulheres existente na região Oeste funciona de forma tímida, com orçamento deste ano de R$ 270 mil, dos quais R$ 230 mil direcionados para o custeio da máquina e encargos. Para investimentos, o montante anual da pasta é de apenas R$ 5 mil. Mesmo assim, a Secretaria da Mulher de Toledo, comandada pela ex-primeira-dama Mareli Vanzo Donin, é atuante e promove debates sobre gênero e inclusão da mulher no contexto social, econômico e político local. Recentemente, o órgão foi contemplado com o repasse de um veículo zero quilômetro e equipamentos de informática por parte da secretaria Nacional da Mulher, em Brasília.Culpa é da própria mulher, que é machista, afirma historiadora
Divulgação |
---|
No livro, Maria mostra a dificuldade que a mulher enfrenta nas campanhas eleitorais |
Neste primeiro livro, a escritora defende a tese de uma pesquisa acadêmica que fez em quatro municípios da região Oeste para saber quantos foram as vereadoras eleitas nos últimos 50 anos nas cidades de Foz do Iguaçu, Toledo, Guaíra e Cascavel. Segundo ela, foram eleitas 68 mulheres neste período, ou 3,5% do total. “É muito pouco para quem representa metade da população. A conclusão é que o machismo que vem dos nossos antepassados, desde os filósofos gregos, ainda vinga nas mulheres, inclusive feministas. Além disso, as mulheres que detém o poder são levadas até onde estão por homens”, destaca.
Guaíra é o Município que mais se destaca na representatividade feminina a atual legislatura possui três vereadoras, um terço do total de vagas. Por outro lado, a pior situação é a de Cascavel, que há duas legislaturas não elege uma mulher: a última foi Leonilda Risso (PP).
No livro, Maria mostra a dificuldade que a mulher enfrenta nas campanhas eleitorais e sugere políticas públicas para aumentar a representatividade, como maior preparo para as aspirantes a cargos públicos e recursos financeiros específicos para o sexo feminino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário