segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cem mil mulheres fazem ato em Brasília


Em busca da garantia do desenvolvimento sustentável e motivadas pela luta por autonomia, igualdade e liberdade, mulheres trabalhadoras rurais de todo o Brasil estão reunidas em Brasília para realização da Marcha das Margaridas. O evento começa hoje e segue até amanhã, tendo como sede o Parque da Cidade – ou Cidade das Margaridas, como estão chamando as participantes. A organização espera reunir cerca de 100 mil mulheres trabalhadoras. O Pará está representado por uma delegação com mais de duas mil participantes.

As pautas de reivindicações entregues ao governo no dia 13 de julho partem da constatação de que a pobreza, desigualdade, opressão e violência predominam entre as trabalhadoras do campo e da floresta. No documento, o movimento pede ações mais efetivas do governo nas áreas de saúde, educação, segurança alimentar e preservação ambiental, além de mais apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar e intensificação do combate à prostituição, tráfico e violência contra as mulheres.

A caminhada é realizada a cada quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e conta com o apoio dos sindicatos rurais.

Carmen Foro, coordenadora nacional da Marcha, conta que a mobilização das mulheres foi realizada a partir de um amplo debate com as bases e tem crescido a cada edição. “Quando começamos a marcha, em 2000, mais de 20 mil mulheres participaram. Na última edição, em 2007, foram 50 mil as trabalhadoras na marcha. Para este ano, nossa expectativa é que esse número dobre”.

A Marcha está sendo construída há mais de um ano por meio de mobilização da Contag, a partir da base de 27 federações e cerca de quatro mil sindicatos de trabalhadores rurais. Para coordenação da caminhada, o evento tem caráter histórico, já que será realizado no momento em que o Brasil é governado pela primeira mulher eleita presidente da República.

“Estamos confiantes que a presidenta Dilma Roussef vai respeitar e dar atenção especial a nossa pauta de reivindicações”, diz Carmen Foro. (Diário do Pará)