sábado, 27 de agosto de 2011

Baiana, Emanuelle Araújo encara sotaque em 'Cordel' com facilidade

Emanuelle Araújo. Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias/TV Press Emanuelle Araújo
atua
em 'Cordel Encantado'
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/
Carta Z Notícias/TV Press
Marcio Maio

  Interpretar mulheres mais jovens era uma constante na carreira de Emanuelle Araújo. Até ser chamada pelas autoras Duca Rachid e Thelma Guedes para viver uma dona de casa e mãe de família em Cordel Encantado. Na pele da batalhadora Florinda, a atriz experimenta um trabalho marcado pela maturidade. E com conflitos que propiciam uma maior identificação popular. "Apesar de ser uma trama de época, a Florinda sempre exerceu certa liderança dentro de casa. Ela foi apresentada desde o início pegando no batente, criando os filhos e tocando a vendinha da família. Como muitas mulheres de hoje fazem", opina ela, que estreou na tevê em Pé na Jaca, em 2006, como a empregada Clotilda.
Na história, Florinda tem três filhos com Zenóbio (Guilherme Fontes). Mas está dividida entre o amor sereno que carrega pelo marido e a paixão avassaladora que sente pelo duque Petrus (Felipe Camargo). Um triângulo que se destaca cada vez mais na trama. E já é uma das principais dúvidas em relação ao último capítulo. "Muita gente vem falar comigo querendo saber o que vai acontecer. O mais legal é que fazem elogios que não vêm só para mim. Comentam a novela como um todo. Isso combina com a nossa forma de trabalhar, que é bem coletiva mesmo", valoriza.
Para encarnar Florinda, Emanuelle passou por workshops dentro da própria Globo. Mas, ao contrário de alguns colegas do elenco, encarou com mais facilidade a busca pelo sotaque nordestino utilizado na fictícia Brogodó, cidade onde a trama brasileira se desenvolve. Mesmo em se tratando de um trabalho de composição, já que a história não se passa em nenhuma cidade real, a forma como os personagens falam acaba se aproximando, em alguns traços, da baiana. "A novela se passa no sertão, que tem sotaque diferente do meu. Mas criamos uma ideia de 'estado nordestino'. Sendo assim, certamente estou em um local de conforto por ter crescido no Nordeste", argumenta a soteropolitana.
Em cinco anos de contrato com a Globo, Emanuelle já se acostumou a dividir seu tempo entre as gravações na emissora e os trabalhos com a banda Moinho, da qual é vocalista. Agora mesmo, aguarda apenas o encerramento de Cordel Encantado para se trancar no estúdio com os companheiros Toni Costa e Lan Lan e gravar o novo álbum do grupo. "Dessa vez, estamos com um trabalho mais autoral. Nossa meta é lançar entre novembro e dezembro", adianta Emanuelle. Mas o trio já emplacou uma de suas canções na trilha sonora de Morde & Assopra: Barato Bom, tema dos personagens Alice e Guilherme, de Marina Ruy Barbosa e Klebber Toledo. Outra música da banda já ganhou destaque no horário das 19 horas antes. Em Beleza Pura, a ingenuidade de Rakelli, de Ísis Valverde, era embalada por Esnoba.
Emanuelle tem certeza de seu maior desejo em relação à carreira: conciliar seu trabalho de atriz com o de cantora. Mas não transparece a menor necessidade de praticar os dois talentos ao mesmo tempo, em um único personagem. Como fez quando interpretou a romântica Soninha de Três Irmãs, que também cantava. "Achei bem divertido fazer na época e se aparecer um papel em que haja uma construção bacana e que seja importante esse traço, vou adorar. Mas não acho que eu precise procurar isso. Sou atriz e cantora e cada atividade tem seu espaço definido", explica.
Cordel Encantado ¿ Globo ¿ Segunda a sábado, às 18h.
Paixão pelo palco
Trabalhar como atriz não aconteceu por acaso na vida de Emanuelle. Tanto que sua preparação para isso começou ainda criança, aos 10 anos. Na época, fez parte de um grupo baiano onde representava, cantava e dançava. Mas sua carreira como cantora ganhou maiores proporções em 1999. Foi quando substituiu Ivete Sangalo como vocalista da Banda Eva. Coincidentemente, as duas aparecerão contracenando juntas em um dos episódios da série As Brasileiras, com estreia prevista para novembro. "Quando eu comecei a estudar, eu não tinha maturidade para definir o que eu queria ser. Mas sabia que me tornaria uma artista. O palco me encantava. A tevê me conquistou depois", lembra.
Na televisão, Emanuelle vem trabalhando constantemente nos projetos do diretor Ricardo Waddington. Estreou por suas mãos, em Pé na Jaca, e sua atuação foi boa o suficiente para ser chamada para integrar o elenco de A Favorita. Na época, o papel da prostituta Manu era bem pequeno. Mas o carisma da atriz não coube nesse espaço e sua participação teve um rápido crescimento. Depois, o diretor lembrou novamente de Emanuelle quando estava escalando a equipe de Cama de Gato. "É bom quando você trabalha com quem conhece e confia. E, principalmente, quando sabe que isso é uma via de mão dupla", filosofa. Instantâneas
# Emanuelle já interpretou Maria Madalena no espetáculo A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, em Pernambuco.
# O primeiro trabalho profissional de Emanuelle foi aos 12 anos, na peça A Bruxinha Que Era Boa.
# Nascida em Salvador, na Bahia, a atriz já mora no Rio de Janeiro há sete anos. Aos Ventos que Virão. No filme, interpreta uma mulher dos seus 28 aos 48 anos

Nenhum comentário:

Postar um comentário