quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Surfista mais velho do Brasil incentiva família a praticar esporte

Influência de Afonso Freitas sobre o filho Marcelo, pentacampeão brasileiro de longboard, alcançou a neta, de apenas nove anos

Por SporTV.com Rio de Janeiro
Para quem acha que surfe é um esporte para jovens, Afonso Freitas e sua família mostram que não existe idade para se aventurar nas ondas. Com 80 anos, o surfista mais velho do Brasil demonstra habilidade sobre o longboard em uma sessão de surfe com sua mulher, filho e neta nas praias do Rio de Janeiro (veja o vídeo ao lado).
- O pranchão, depois que a pessoa chega a uma certa idade, dá mais facilidade. Para você surfar de pranchinha já é uma briga para manter o equilíbrio enquanto está deitado ou sentado. E depois para manter o equilíbrio quando está tentando manobrar. Já no long, não. Ele flutua com você do jeito que estiver. Como você deita, ele aceita. E quando você pega a onda, pega lá de trás. E cheia - explicou Afonso.
O primeiro contato de Afonso com o esporte surgiu depois que precisou fazer hidroterapia, para tratar uma costela quebrada durante um acidente de carro em 1968. Por recomendação médica, Afonso foi ao Arpoador para começar seu tratamento.
- Ele mandou eu me molhar e ficar ali, na beirinha, só deixando a água me balançar para curar a costela. Eu vi os garotos surfando lá (o surfe estava começando naquela época), me apaixonei pelo esporte e não parei mais - revelou.
A paixão de Afonso pelo esporte foi tanta que se estendeu para sua mulher, Júlia, para o filho Marcelo, pentacampeão brasileiro do longboard, e para a neta Maria Júlia, de apenas nove anos. Todos surfam de longboard.
- Quando eu conheci o Freitas, ele já surfava, e eu sempre acompanhava, mas achava muito perigoso. Depois eu tive a minha filha, e ela começou a brincar com o bodyboard. Depois, o Marcelo veio e começou a surfar de pranchinha. Foi então que eu peguei o bodyboard também e comecei. Todos iam para dentro da água - explicou Júlia, esposa de Afonso.
- Eu era pequeno, tinha uns quatro para cinco anos, e via meu pai surfando. Eu subia aquela pedra do Arpoador e ficava gritando lá de cima para ele me botar na prancha. Mas ele achava que eu era muito novo para começar e também não sabia nadar. Até que ele teve a ideia de colocar boias no meu braço. Acabei entrando para o surfe por causa de problemas de bronquite e segui em uma carreira profissional que eu não esperava. Nem eu, nem meu pai, que virou meu treinador - disse o filho Marcelo.
O pentacampeão lembra ainda que muitos duvidavam do seu sucesso como profissional  quando decidiu trocar as pranchinhas pelos pranchões, aos 14 anos.

- Naquela época, os caras falavam: "Você vai estragar a sua carreira". Não me arrependo de nada, o pessoal hoje diz que eu tomei a decisão certa - afirmou.
As experiências de Afonso e sua família foram reunidas em um livro - "Saúde em suas mãos" - que, segundo ele, já foi traduzido até para o norueguês. Nele, o experiente surfista mostra como é possível envelhecer com saúde e praticando esportes.
- Quando mais cedo melhor, mas, se a pessoa não conheceu o surfe, surfar depois dos 40 é espetacular. Além disso, você não pode ser um surfista se ignorar a natureza, isso é impossível. Quando você começa a entender a natureza, é obrigado a entender que faz parte dela e que não está aqui só para aproveitar, mas também fazer com que tudo continue acontecendo. Eu acho que essa é uma das coisas que o surfe mais interfere na vida das pessoas - disse.

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