quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sociedade de Psicanálise exibe e debate filmes que abordam dramas cruciais para país africano


Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Três documentários da cineasta e psicóloga moçambicana Isabel Noronha serão exibidos hoje (2), às 19h, no auditório da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), no Humaitá, zona sul do Rio, em sessão aberta ao público e com entrada franca. Os filmes Mãe dos Netos, Trilogia das Novas Famílias e Salani (Adeus) relatam os dramas de adultos, adolescentes e crianças afetados por questões cruciais para esse país africano como aids, exploração sexual, pobreza e as consequências da guerra civil, que deixou 1 milhão de mortos e milhares de órfãos e mutilados.
A exibição faz parte da atividade cultural Cinema & Psicanálise, realizada há 12 anos pela SBPRJ, sempre apresentando filmes motivadores de reflexão, seguidos de debate. A abordagem não é exclusivamente psicanalítica. Filósofos, historiadores, professores de literatura, críticos de cinema e artistas costumam figurar entre os debatedores convidados pela entidade.
O debate após a exibição dos documentários africanos terá com o mediador o psicanalista Ney Marinho, que coordena o programa de intercâmbio da SBPRJ com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Segundo ele, os filmes são de grande valor estético e fazem parte de um projeto mais amplo da diretora Isabel Noronha. “Cineasta  e também psicóloga, ela usa o cinema como uma forma terapêutica, o  videodrama. A participação no documentário de personagens reais, que vivenciaram o drama que é o tema do filme, propicia uma espécie de catarse, de recuperação de experiências emocionais que ajudam as pessoas a superar seus traumas”, explica.
O intercâmbio com a CPLP, fruto de contatos que vinham sendo mantidos há anos pela SBPRJ, se concretizou a partir de 2009, quando houve um primeiro encontro no Rio, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Representantes dos oito integrantes da Comunidade – Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – discutiram a questão da saúde mental em seus países.
“A proposta não é de um intercâmbio meramente científico, mas científico-cultural, porque envolve a participação de diplomatas, professores universitários, professores de literatura, além, é claro, de psicanalistas, médicos e outros profissionais de saúde”, afirma Ney Marinho. Segundo ele, a ideia é que questões como a violência contra a mulher, a pedofilia, a aids, os traumas da desigualdade social e das guerras sejam tratadas nesse intercâmbio não apenas sob o ponto de vista psicanalítico.
Em abril deste ano, foi realizado o segundo encontro em Maputo, na capital de Moçambique, tendo como tema central Sexualidade e Agressividade em Nosso Tempo e em Nossas Culturas. Com oito países espalhados por quatro continentes, a CPLP permite uma abordagem variada dessas questões. “Temos uma oportunidade de pesquisa muito grande, porque há enorme diversidade cultural entre os países-membros”, diz. O próximo encontro do intercâmbio será em 2013, em Cabo Verde.
Edição: Graça Adjuto
Marrocos
Cinema africano fortemente presente em Festival Internacional


Rabat - O cinema africano estará fortemente representado na quinta edição do Festival Internacional do Filme Feminino de Salé (cidade gêmea da capital marroquina, Rabat) com a projecção de 12 metragens do continente, soube  a PANA junto dos organizadores.

Os 12 filmes vão representar designadamente o Benin, o Burkina Faso (convidado especial), os Camarões, a Côte d'Ivoire, o Egito, o Mali, Marrocos (país organizador), a Mauritânia, o Senegal, o Tchad, o Togo e a República Democrática do Congo.Durante este certame cinematográfico, previsto para 19 a 24 de setembro corrente, estarão igualmente representados vários outros países como a Eslovénia, o Vietnam, os Estados Unidos, a Austrália, França, a Suíça e a Áustria.

O júri desta edição, composto por sete mulheres de diferentes nacionalidades, será presidido pela escritora canadiana Louise Poral.

"Esta edição incide sobre a desigualdade global dos estatutos do homem e da mulher e sobre a coragem das mulheres que tomam o risco da emancipação pela criação", segundo a mesma fonte.

O Festival do Filme Feminino de Salé é um dos principais encontros anuais da sétima arte em Marrocos ao lado do Festival Internacional do Filme de Marraquexe, do Festival de Curta Metragem Mediterrânica de Tanger, do Festival do Filme Mediterrânico de Tétouan e do Festival do Cinema Africano de Khouribga.

II CURSO DE EXTENSÃO CINEMA E MULHER - OUTUBRO


O Curso de Extensão Cinema e Mulher voltará em outubro com a segunda versão. A primeira será concluída no dia 10 de setembro e contou com a participação de aproximadamente trinta pessoas. O II Curso oferecerá 50 vagas e focalizará os filmes das diretoras brasileiras. Além das projeções de filmes, os cursistas também fazem leituras de textos teóricos. Neste semestre, vimos filmes de Callie Khouri, Nikki Caro, Deepa Metha e Sandra Werneck.

Inscrições e mais informações:
3117-2200 (NUPE-Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Campus I, Salvador)







GETZ ganha prêmio mundial de Publicidade

A agência foi bronze no Festival de Publicidade de Gramado.


A agência TheGetz ganhou bronze na categoria de Cinema e Vídeo do Festival Mundial de Publicidade de Gramado com a campanha “Essa Vaga não é sua Nem por um Minuto”.

O prêmio foi entregue na última sexta-feira (02). De acordo com o sócio diretor de criação da agência, Ricardo Mercer, esta é uma grande conquista não apenas para a Getz, mas também para o Paraná. “É o reconhecimento de um trabalho realizado por uma equipe competente e dedicada. E mais do que isso é um grande passo para a publicidade do Paraná que está crescendo cada vez mais e mostrando que o nosso estado não fica atrás de nenhum outro”, afirma.

O diretor destaca ainda que é possível fazer campanha de conscientização de qualidade. “O marketing social é uma cadeira da comunicação tão importante quanto a publicidade em si”, ressalta. Segundo Mercer é muito importante que o tema da campanha se espalhe por todo o país. “Já percebemos algumas mudanças na consciência das pessoas em não utilizar as vagas destinadas para deficientes físicos, e o projeto de lei nacional está na mão da Ministra Gleisi Hoffman, mas esta é uma luta perene e queremos divulgar ainda mais esta campanha”, afirma Mercer.

O Prêmio
O Festival de Publicidade de Gramado é o terceiro maior evento do mundo na área em número de participantes, e também é o maior da América Latina. Ele foi idealizado com a proposta de discutir e analisar o segmento publicitário, passando por temas de interesse de profissionais, agências e mercado. O local escolhido, desde o início, foi a cidade serrana de Gramado, por oferecer atrativos turísticos e uma rede hoteleira de primeira linha, capaz de abrigar um grande número de participantes.

O movimento
Concebida para circular nas redes sociais, a campanha “Essa vaga não é sua nem por um minuto” foi uma iniciativa de mobilização da TheGetz para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de respeito às vagas de estacionamento para deficientes. Em menos de um mês, o movimento ganhou mais de 800 adeptos no Facebook e se propaga por outras mídias online. O selo do movimento também ganhou pontos fixos na capital paranaense.

Essa vaga não é sua
O episódio que deu origem à campanha que tem Mirella Prosdócimo como protagonista aconteceu em meados de março em um estacionamento de supermercado da capital paranaense. Mirella, que ficou tetraplégica depois de um acidente quando tinha 17 anos, estava no estacionamento com duas ajudantes, colocando as compras no carro, quando uma mulher estacionou seu carro. Mirella observou a situação e quis alertar a motorista para o equívoco cometido, mas foi ignorada pela motorista que entrou no supermercado. Ao voltar, Mirella ainda estava com suas auxiliares, colocando as compras no carro. Ela chegou a fazer uma nova observação para a motorista que, dessa vez, se ofendeu. Agrediu verbalmente Mirella e, por pouco, não a atacou fisicamente. Foi preciso que as assistentes da cadeirante, que a ajudavam a co locar as compras no carro, apartassem a motorista.

Mirella acionou a administração do supermercado, mas o estabelecimento não se posicionou a respeito, nem quanto à cliente que estacionou indevidamente, nem sobre o incidente de quase violência no seu estacionamento – justificaram que não poderiam perder nenhuma das duas clientes. A empresária também acionou a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), mas representantes do órgão só apareceram, no local, uma hora depois de todo o incidente, não podendo tomar nenhuma providência naquele momento.

De acordo com Mirella, a legislação obriga que estabelecimentos públicos e privados deem condições de acessibilidade para deficientes físicos. Ao que tange aos estacionamentos, a legislação especifica o espaço correto e a localização das vagas.


Sobre a The Getz – No mercado publicitário curitibano desde 2004, a The Getz consolidou-se como uma agência de inteligência em comunicação e soluções estratégicas para seus clientes. Tendo à frente os sócios Maurício Ramos, Luciane Vanzella, Tiago Stachon e Ricardo Mercer, a empresa busca a reinvenção permanente para atender o compromisso de propor soluções novas e inovadoras em comunicação. Com DNA digital, a agência também busca explorar novas formas de comunicação com o seu público-alvo. Ações desenvolvidas para redes sociais e aplicativos e ferramentas digitais para a internet são algumas das possibilidad es experimentadas pela agência. A aposta nas redes sociais foi, inclusive, uma das reinvenções da The Getz em 2010. Seu site passou a direcionar o internauta para uma fan page do Facebook, permitindo conexões diretas e pessoais com todos aqueles que estão conectados à rede. Para consolidar seu direcionamento de negócios, a agência passou a adotar um novo conceito, o The Getz, que reflete a visão que a agencia tem de si mesma: ser uma família que pensa e trabalha em conjunto com o propósito de oferecer o melhor serviço para os clientes. Em 2009, para ampliar o desenvolvimento de suas ações, foram criadas duas empresas que passaram a atuar em parceria com a The Getz, a Salsa, especializada em internet, em sociedade com Weber Dal Pin, e a Live!Promo, para promoções.
Na internet: www.getz.com.br.

Hemoba participa de feira de livros

A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) participa da Feira de Livros "Sangue, Vampiros e Livros... Uma questão de ler e doar!", que acontece no próximo dia 4, domingo, a partir de 9h30min, no Campo Grande, numa iniciativa da Fundação Pedro Calmon. Na oportunidade, o diretor da Hemoba, Roberto Schlindwein, profere palestra com o tema "O Sangue como Fonte de Energia".

O Hemóvel também estará presente para coleta de sangue e a população está convidada a comparecer e fazer sua doação. A expectativa é que 100 pessoas realizem a doação voluntária de sangue durante a coleta, que ocorrerá das 8 às 16 horas.

Para a direção da Hemoba, "Sangue, vampiros e livros... Uma questão de ler e doar!" é mais do que oportuno, pois, recentemente, a Portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde, possibilitou que jovens de 16 anos em diante, fãs de vampiros, também sejam doadores de sangue.

Feira de Livros

Com o objetivo de promover a prática da leitura e a solidariedade através da doação de sangue, a diretoria do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon, em parceria com a Hemoba, reúne num só evento o "Seminário Novas Letras: Vampiros na Literatura e no Cinema"; o lançamento do cordel "O Vampiro Apaixonado", de Antônio Barreto; sessão de autógrafos com Iray Galrão, autora de "Bia, a nuvem que não queria chover"; a Biblioteca Móvel e a Feira Mensal de Livros do Campo Grande - com a exposição e venda dos acervos da Fundação Pedro Calmon, da Editora Livro.Com, da Galeria do Livro e outros livreiros.

Os Seminários Novas Letras vem movimentando as bibliotecas públicas, ao resgatar os clássicos da literatura de vampiros que antecederam o sucesso atual da série Crepúsculo, tão ao gosto dos leitores infanto juvenis. Às 10 horas, começa a edição Seminários Novas Letras: Vampiros na Literatura e no Cinema, com as seguintes palestras: "Drácula", de Bram Stoker, o começo de tudo, com Carlos Ribeiro; A polêmica e o valor do "Chá das cinco com o vampiro", com Mônica Menezes; "Carmilla, a homovampira",com Nancy Vieira, e "O mito do vampiro no cinema: a eternidade ontem, hoje e sempre", com Vanessa Brasil.

Carlos Ribeiro é escritor, jornalista, professor doutor da UFRB e membro da Academia de Letras da Bahia. Mônica Menezes é poetisa, professora e doutora em literatura infanto juvenil. Nancy Vieira é professora-doutora da UFBA e estuda a mulher na literatura. Vanessa Brasil é escritora, jornalista e doutora em narrativas cinematográficas. Antônio Barreto é poeta, cordelista e professor. Iray Galrão é pedagoga, professora de estudos africanos, premiada no Edital de Apoio à Edição de Livros de Autores Baianos da Fundação Pedro Calmon, em 2009.

Fonte: Ascom da Hemoba
Hemoba/livros
Os 90 anos da Academia

De personalidade forte, a cuiabana Nilza prepara a festa desde o início do ano. Outras sessões comemorativas já aconteceram

iário de Cuiabá

Noventa anos da Academia Mato-grossense de Letras – essa data tão especial vai ser comemorada hoje com uma sessão magna no casarão da rua Barão de Melgaço, número 3869. Se fosse possível, o que será que dom Francisco Aquino Corrêa, presidente de honra da Academia e seu fundador, pensaria sobre o 90 aniversário da AML, comemorado sob a presidência de uma mulher, Nilza Queiroz Freire?

“Dom Aquino vibrava por sua terra, era um patriota, um religioso. Tenho certeza de que ele está satisfeito porque não deixamos apagar o fogo da literatura”, responde Nilza, que está no seu segundo mandato como presidente.

De personalidade forte e enérgica, a cuiabana Nilza está preparando a festa dos 90 anos desde o início do ano. Outras sessões comemorativas foram realizadas, mas a de hoje, marcada para as 19h30m, é sem dúvida a mais especial de todas. Os convidados receberão uma publicação, um álbum que documenta a história da ABL, desde sua criação em 7 de setembro de 1921, por iniciativa de “uma plêiade de intelectuais sob a liderança de dom Aquino”, conforme explica a atual presidente.

A sessão será aberta e encerrada com hinos – o da Independência, a cargo de um militar do 44 Batalhão , e o de Mato Grosso, com letra de dom Aquino. Em seguida, a presidente fará seu discurso e depois passará a palavra a historiadora Elizabeth Madureira Siqueira, que é membro da AML e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT).

Ao som do violino do músico Edson Vieira de Assunção, os acadêmicos entrarão no salão e o violinista tocará “Carinhoso” de Pixinguinha. O momento seguinte será reservado à declamação de um poema cívico por Maria de Lourdes Oliveira Nigro e haverá também um tempo para a confraternização de acadêmicos e convidados.

LEMA

A AML tem 31 membros, sendo cinco mulheres. A atual presidente deverá deixar o cargo após o final do segundo mandato (segundo a regra do regimento atual) tem se mostrado extremamente dedicada à AML e consciente da importância de ser a primeira mulher a presidir uma instituição historicamente dominada por homens. “Mas eu não me queixo. Todos me respeitam muito”, diz. Ela só se ressente da falta de recursos da AML, que vive apenas da contribuição dos acadêmicos e não dispõe de funcionários.

“Poderíamos ter uma renda da venda de publicações literárias, mas como o povo não gosta de ler não contamos com isso”, afirma a presidente.

Autora do livro “Crônicas da cidade verde”, publicado há cinco anos com recursos próprios e de várias crônicas publicadas em jornais mato-grossenses, Nilza Freire lamenta a falta de gosto pela literatura, que, na sua opinião, deve ser incentivada desde os primeiros anos de escola.

“Comecei a ler no primário e tomei gosto. Sou contadora de profissão, mas meu lazer sempre foi a literatura. Hoje, com o advento da internet, as crianças têm acesso a tanta informação que não conseguem guardar. Quando você lê, descobre a alma do autor; procura no dicionário as palavras que desconhece. É outra relação”, argumenta.
Mayana Neiva: “Quero ganhar as rugas que a vida vai me dar
No ar como a cômica Vicentina de “Cordel Encantado”, a atriz diz não ser obcecada por dietas e rejeita rótulos de beleza
Rafael Molica; Fotos Matheus Cabral e
Alex Carvalho/TV Globo e Divulgação
Divulgação
Mayana Neiva lançou recentemente o livro "Sofia"
Após conquistar o público na pele da cativante Desirèe em “Ti-ti-ti”, Mayana Neiva tem se deparado com um novo desafio: viver a atriz de cinema mudo Vicentina em “Cordel Encantado”. Por conta do novo trabalho, a atriz não desgruda da TV quando a novela é exibida e gosta de acompanhar a tudo com atenção. Prova disto é que a estrela concedeu uma entrevista à QUEM apenas após um dos capítulos do folhetim de Duca Rachid e Telma Guedes.

Formada em artes cênicas pela Universidade de São Francisco nos Estados Unidos, Mayana conversou sobre os bastidores de “Cordel Encantado”, colegas que a inspiram, beleza e vida pessoal. Apesar da agenda cheia de projetos, na TV, no cinema e na literatura infantil, Mayana afirmou que dá tempo para se apaixonar e cuidar do coração.

“Ai, dá. Meu coração está... Prefiro não falar disso”, disse aos risos, discreta. “Mas estou bem. Realmente, você vai para um lugar, vai para outro. Desloca a gente. Eu acho que o bom e o certo vão acontecer. Estou focando no que a vida está me trazendo. Se me trouxer um amor, vai ser maravilhoso.”

Romântica, a atriz procura não buscar a pessoa perfeita e diz aguardar pelo encontro com alguém especial. “Acho que não existe uma pessoa ideal. Acho que existe um encontro muito revelador. Eu amo quando a vida me traz esses encontros. Isso, para mim, é a razão de eu estar viva. É o encontro com a Marina, minha sobrinha, que me trouxe este livro [“Sofia”, que acaba de ser lançado], é o encontro com essa história na Argentina que me trouxe este personagem [do filme “Infância Clandestina”]. Os encontros é que me movem. Acho que é essa força de ser transformado pelo outro, provocando mudanças em você mesmo é muito mágico. O amor é um processo onde isso acontece continuamente, né!? Isto é muito interessante.”

Mayana listou algumas características que geralmente a conquistam. “Primeiro, sensibilidade. Humor é uma coisa básica no ser humano. Humor, sensibilidade. Acho que são já muitas dicas”, disse, interrompendo a lista com risos.

 Rótulo
Dona de um visual de arrancar suspiros, Mayana vê a beleza como algo passageiro. “Acho que ser bonito está nos olhos de quem vê. Acho que ser bonito é uma consequência. É claro que você tem que cuidar do seu corpo, seu corpo é instrumento de trabalho. Mas eu quero poder trabalhar fora desse padrão porque eu acho que ele tem prazo de validade”, contou ela que quer viver as mudanças no corpo que a vida lhe trará.

“Acho que eu quero ganhar as rugas que a vida vai me dar. Eu quero viver todas as coisas, eu quero passar por todas as fases. Eu não quero ficar presa a uma coisa que não é. Não é eterno. Eu acho que a busca, os bons encontros, os bons personagens, o bom trabalho são eternos. E a beleza não é. É uma coisa que está. E, às vezes, nem está para todos.”

Após deixar claro como pensa sobre o assunto, a atriz não fugiu da pergunta se faria alguma intervenção cirúrgica para retardar o processo de envelhecimento. “Não sei. Mais para frente vai ser mais para frente. Eu gosto de viver o hoje. Mas, por enquanto, eu não acho que na vida falte em nada. Eu tenho sempre esse exercício de parar de reclamar. Às vezes a gente reclama, né!? E olhar para o que a vida está te dando. Transforme aquela cisma em uma oportunidade. Transforme aquele olhar para outras coisas. Mais potente do que negar.”

Como algumas atrizes brasileiras e estrangeiras, Mayana acredita que alterações no rosto em nome da beleza, como a aplicação de botox, não são interessantes na hora de atuar e trabalhar a expressão. “Veja a Fernanda Montenegro, uma senhora, que é uma mulher incrível. Uma mulher bela, mulher bonita de se ver. Aquele olhar, aquele trabalho. Aquele grau de maturidade que ela se encontra. De rosto também”, disse ela sobre a atriz que muito admira. “Acho que a gente tem que se cuidar, tem que ser feliz. E a beleza não é, de longe, tudo mesmo. Não deixo de comer minha sobremesa por nada neste mundo. Não deixo de ser feliz...” 
Matheus Cabral e Alex Carvalho/TV Globo
A atriz na pele de Vicentina de "Cordel Encantado" (à esquerda) e como Desirèe de "Ti-ti-ti" (à dir.)

 Exceções na dieta
Se por um lado a atriz não é adepta das clínicas de cirurgia plástica, por outro, procura equilibrar na hora de encher o prato. “O vídeo engorda muito. Engorda quatro quilos. Quando estou trabalhando, tento comer menos porções, não como tantas. Mas, por exemplo, gosto de doce. O leite condensado, na minha vida, sempre me faz bem [risos]. Então não tem isso, não. Eu não deixo de ser feliz por causa de dieta não. Acho que dieta tem que ser uma sensação de viver. Comer frutas, comer verduras, comer coisas boas, fazer exercícios, mas também não deixar de viver.”
 Preparação e bastidores de “Cordel”
 Além de outros temas, a trama das seis ilustra de maneira divertida a transição do cinema mudo para o falado. Para tanto, a atriz tem se esforçado para dar vida à Vicentina, uma atriz do cinema mudo que foi convidada a fazer um filme de Brogodó (cidade fictícia onde é ambientada a novela) com falas. Até aulas de preparação vocal foram importantes para o processo de criação. “Ela tem uma voz horrível. A minha voz é grave e eu tenho que fazer uma voz... Trabalhei com a voz com fonoaudióloga. Fiz um trabalho... Foi muito louco. Tinha acabado de chegar de um longa na Argentina num domingo e comecei a gravar na segunda. Foi uma loucura”, disse ela que esteve em paralelo concentrada nas filmagens de “Infância Clandestina”. “Ela [Amora Mautner, diretora geral] sempre me pede mais, as autoras pedem mais com a voz.”

Durante o processo de criação, Mayana se inspirou no filme “Cantando na Chuva” e nas atrizes Jennifer Tilly e Dianne Wiest do clássico de Woody Allen “Tiros na Broadway”. Enquanto participa das gravações, a atriz tem observado com atenção os colegas de cena. “Tenho aprendido muito com o Osmar Prado, Alessandro Tcche, o [Marcos] Caruso, a Zezé Polessa. Como eles têm um estudo fonético, por exemplo. Eles estudam as falas do ponto de vista sonoro. Eles observam outros aspectos que eu admiro, que eu sou fã. A Heloísa Périssé é uma atriz sublime. Quando gravei com ela, não parei de rir um minuto. É de uma comicidade nata incrível.”

Além da voz, Vicentina tem dado um pouco de trabalho para Mayana também no camarim. “É muita roupa. Uma hora e meia, mas para tirar é mais fácil. Colocar é mais difícil porque o cabelo, as voltinhas do cabelo, é de 1910. O cabelo é todo desenhado. Ainda tem o chapéu. Colete por cima e ainda tem um espartilho que é apertado, com meia, bota... É um negócio que não acaba nunca”, disse ela, bem humorada, que afirmou ver todo o processo de sua personagem como algo prazeroso de se fazer.

Com duas tramas no currículo, Mayana confessou que gosta de assistir às novelas quando a agenda permite. “Acho que novela, às vezes, é uma coisa engraçada, é quase relaxante. Quando você diz ‘ah, eu vou ver uma novela’ parece que você vai passear por lugares da sua mente sem sair de lá, do sofá. Então, é uma coisa curiosa. Eu gosto de novela. Não toda novela. Saber fazer uma novela é uma arte. Eu acho que esta novela [‘Cordel’] o povo tem feito muito bem”, comentou ela que também citou outros trabalhos interessantes. “’Ti-ti-ti’, ‘Cordel’, ‘O Astro’. Tem coisas que estão dando certo. E tem as novelas eternas. ‘Roque Santeiro’. Me inspirei muito na Regina Duarte como Viúva Porcina para fazer a Vicentina. Todo aquele exagero da viúva. Aqueles brincos, tudo isso tem sido referência para a gente. Aquela coisa toda over, aquele blush inesquecível. Aquele grito [imitando a personagem]. Ai, eu amo, assisto sempre a ela no canal Viva [atualmente, a trama é reprisava no canal].”
Alex Carvalho/TV Globo
Alexandre Slaviero, Mayana Neiva, Caio Castro (de costas) e André Arteche (à direita)
Após trabalhar com nomes que admira como Claudia Raia e Elisângela, Mayana citou outras pessoas com quem gostaria de contracenar no futuro. “Renata Sorrah. Eu amo ela. O Wagner Moura, claro. Porque são dois atores incríveis, dois atores que tem uma loucura deliciosa. Uma força de trazer o novo, uma força de ser inteiramente o novo. Eles têm marcas muito pessoais nos personagens.”
 Fama e reconhecimento
Apesar de ter atuado em minisséries como “A Pedra do Reino” (2007) e “Queridos Amigos” (2008), o assédio dos fãs e dos paparazzi só veio com mais intensidade após a Desirèe de “Ti-ti-ti”. Até hoje, admiradores costumam gritar o nome da personagem e o do par romântico (Armandinho, interpretado por Alexandre Slaviero), quando Mayana é vista na rua.

Durante a entrevista, ela também falou sobre a relação com a fama. “De uma forma, claro, a novela populariza muito mais. A novela entra com muito mais força do que as minisséries. É um fato. Mas, na verdade, eu sinto um carinho muito maior, que é muito grande, muito bom. Eu até falei uma coisa que fui mega mal interpretada. Eu nunca falei que nunca quis ser famosa. Eu falei que ser famosa tudo mundo quer... As pessoas podem ser famosas com qualquer coisa e por qualquer coisa imbecil. Ser reconhecido pelo seu trabalho que é bom. Era isso que eu sempre quis. Ser reconhecida. Quem não quer!? Acho que todo mundo quer, na verdade, ser reconhecido por um trabalho. Que é, na verdade, em última instância, uma troca. Eu dar e você receber; você receber e eu dar. E é isso que a gente quer. Do ano passado para cá, tenho sentido que esta troca aumentou, mas ela não muda a essência do meu trabalho em nada. Nem pelo prazer que eu tenho, pelo carinho que eu tenho de ir trabalhar como vou ao teatro, vou à TV. Eu amo meu trabalho. Isso não muda.”