sábado, 20 de agosto de 2011

A química da dança

Rodinei Barbosa é um dos mais assíduos bailarinos nos palcos mato-grossenses e é quase um operário da dança

Martha Baptista
Da Reportagem

“Dançar a dois exige entrega. Dançar a dois significa entrega. Significa compreender o corpo e o movimento do parceiro. Dançar a dois significa abraçar, significa toque, significa química”. O texto de apresentação de “Adoisemum” dá uma ideia do que o público poder esperar do espetáculo que será apresentado esta noite, no Teatro do Sesc Arsenal, com a Cia de Dança Rodinei Barbosa, de Cuiabá.

Rodinei Barbosa é um dos mais assíduos bailarinos nos palcos mato-grossenses e é quase um operário da dança. Está sempre a mil, envolvido com aulas de dança de salão (bolero, samba, forró e outros ritmos) no próprio Sesc Arsenal e outras atividades de aula como personal em academias da capital mato-grossense. Isso não impede, entretanto, que esteja sempre montando e apresentando novas coreografias.

Em julho, participou do evento “Tango no Cinema Internacional”, que trouxe a Cuiabá para oficina e apresentações o professor argentino Hugo Daniel. Já faz alguns anos que Rodinei se apaixonou pelo tango e essa descoberta já o levou a Buenos Aires algumas vezes para conhecer melhor a dança argentina, bebendo na fonte. Nessas viagens, esteve acompanhado de sua mulher, a dançarina Maria Rosa, sua partner no espetáculo “Adoisemum”, que tem a sensualidade e a cumplicidade do tango como inspiração.

“O trabalho foi concebido através do convite do SESC Arsenal para o Projeto Leitura de Movimento de 2010”, conta Rodinei, que assina a criação do espetáculo com Maria Rosa. A iluminação e a produção ficam por conta de Tamires Cortat.

“Dançar dá leveza, gera felicidade, dançar a dois gera cumplicidade, a cumplicidade que dura os dois, três minutos que dura a música. A sincronia de dois corpos que se envolvem como quem dança em compasso de uma relação intima e cheia de sentimentos e desejos, que se mostram através dos olhos que se entrelaçam como que marcando o compasso da melodia a dançar. Dois corpos que representam dois mundos que se encontram com o desejo de tornar a paz sonhada em uma relação de amor desenfreada. O calor da dança de dois corpos a se envolver, aumenta o calor que se torna em labaredas desde a noite ao amanhecer, queimando cada corpo em seu íntimo que em pequenos toques se desfazem em pequenos cubos de amor exalando todo seu aroma em gotas de suor. Neste aposento chamado mundo, onde o leito é tomado pela dor, é preciso dar-se um jeito de dançar a dança a dois” – afirmam os dançarinos. Uau

DRUMMOND

Mas a dança se faz presente também no domingo no palco do teatro do Sesc Arsenal. Desta vez quem se apresenta é a Cia Experimental de Dança Waldete Brito, do Pará. O espetáculo “(Des)Vestidos” integra a programação do Sesc Amazônia das Artes e tem como inspiração o poema “O caso do vestido” de Carlos Drummond de Andrade.

“O texto configura-se como pretexto de leituras subjetivas e modos distintos de inscrever o poema no corpo.(...) (Des) vestimos o poema de diferentes modos e, pelo movimento corporal, revelamos a nossa leitura em gestos e movimentos que traduzem outros poemas que se deslocam em 11 cenas de dramaturgia geral. Assim, no interior de cada cena, a dança vira poema e o poema é a dança no sentido de cada corpo dançante” – informa a companhia sobre o espetáculo.

“Adoisemum” e “(Des) Vestidos” – dois espetáculos de dança, duas companhias de estados diferentes apresentando, duas concepções da dança contemporânea, duas ótimas oportunidades para conferir essa forma de arte em Cuiabá, sem pagar um tostão.



SERVIÇO

O QUE: Espetáculos de dança “Adoisemum” e “(Des)Vestidos”

QUANDO: sábado e domingo, às 20h

ONDE: Teatro do Sesc Arsenal

QUANTO: entrada é franca

MAIS INFORMAÇÕES: 3616-6901

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