sábado, 20 de agosto de 2011

Fundadora da DAM fala sobre seu trabalho antes da lei Maria da Penha

Gisele Mendes
Doriani de Castro David Martins foi a fundadora da DAM em Três Lagoas
na década de 80. Passados mais de 20 anos, a
ex-delegada, que atualmente é empresária, falou sobre seu trabalho, antes de
a lei Maria da Penha ser criada. Ela contou que antigamente as mulheres t
inham medo de expor a violência que sofriam. Na maioria das vezes o medo
se resumia em vergonha da vizinhança ou da própria sociedade. O acesso
a informação segundo ela, direcionada exclusivamente ao público feminino,
era bastante limitado, o que dificultava o trabalho da polícia.
Sem precisar números, Doriani disse que a violência doméstica já existia na época
em que foi delegada, porém não havia uma lei que protegesse a mulher. A maioria
 dos casos que ela atendia era de ameaça, lesão corporal (espancamento) e estupro.
Destes crimes, apenas o estupro levava, com mais rapidez, o acusado para a cadeia.
Ela explicou que para encorajar as mulheres a denunciar era necessário realizar
inúmeras campanhas de conscientização nos bairros. A mulher por si só não
chegava à delegacia. “A mulher era bastante retraída e dificilmente tinha coragem de
expor seu drama, lembrou dando destaque que antigamente o agressor não dava
muito valor as ocorrências feitas pelas suas vítimas, “pois ele sabia que precisaria
muito para que ele fosse preso”.
EVOLUÇÃO
Na opinião de Doriani, hoje a mulher conquistou seu espaço não apenas no
mercado de trabalho, mas também na Justiça. “Ela resgata, a cada dia, sua integridade
moral, o que não acontecia antigamente, época em que ela era vista apenas
como mãe e dona-de-casa”, disse.

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