Fecosul participa da Marcha das Margaridas
Comerciárias gaúchas e outras representantes da CTB/RS marcharam em apoio às trabalhadoras rurais e das florestas, em Brasília, nesta quarta (17). Um dia que entrará para a história do país: o encontro da primeira presidente mulher com cerca de 100 mil trabalhadoras rurais, que marcharam na capital federal em busca de Desenvolvimento Sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
comerciariasRepresentantes da CTB/RS ganharam apoio do deputado Assis Melo
As trabalhadoras rurais e das florestas reivindicaram mais de 150 itens baseados em temas como biodiversidade, segurança alimentar, participação política, autonomia econômica, saúde, educação e violência. A mesma violência da qual foi vítima Margarida Alves, agricultora assassinada em 1983, que inspirou o movimento. Margarida defendia os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Para a secretária nacional de mulheres da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura), Carmen Foro, o campo brasileiro ficou muito tempo abandonado pelo Estado. “É curto o tempo que estamos conseguindo dar visibilidade à nossa pauta. Ainda é necessário que façamos um esforço desse tamanho para dialogar com a sociedade, com o Congresso Nacional, e falar dos problemas que temos. Se a gente não viver bem lá, vamos ser expulsas para as periferias das cidades, e não é isso que queremos”, destacou.
A Fecosul participou da marcha, juntamente com a CNTC, em apoio as lutas das mulheres do campo para a construção de uma sociedade mais justa e sem violência contra as mulheres. A Secretária da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva, e a diretora Marlene Matos, representaram a Federação e se somaram às demais representantes da CNTC na marcha. Para as comerciárias Janaína Figueiredo Ramos, do Sindicato dos Comerciários de Uruguaiana, e Andréia de Bastiani e Joice Lemos Reis, do sindicato dos Comerciários de Caxias do Sul, a participação foi emocionante e importante. “Se unirmos as nossas lutas é possível mudar as coisas para melhor”, disse Janaína. “Aprendemos muito e constatamos as dificuldades das mulheres do campo. São pessoas sofridas e envelhecidas que buscam seus direitos”, completaram Andréia e Joice. Elas também relataram que a marcha também transmitiu alegria e entusiasmo pela luta das mulheres.
Presidente Dilma apresentou respostas
No encerramento da Marcha a presidente Dilma Rousseff entregou o caderno de respostas às reivindicações das Margaridas.Entre as medidas anunciadas, a presidente destacou a construção de 16 unidades básicas de saúde fluviais e de 10 centros de referência em saúde do trabalho voltados para o campo e floresta até 2012; um plano integrado em saúde para trabalhadores do campo e da floresta; o aumento do limite de venda da agricultura familiar para fornecimento da merenda escolar, de modo a atingir, ainda em 2011, os 30% de compra direta do governo à agricultura familiar previstos na lei; a inserção do Programa de Ações Integradas (Pais) no Plano Brasil sem Miséria e aumento da dotação orçamentária do programa; ampliação do crédito rural, com elevação da participação da mulher e linha exclusiva às trabalhadoras; ampliação do acesso à creche e expansão da rede escolar na zona rural, entre outros.
A presidente também chamou a atenção para um plano de enfrentamento à violência contra a mulher do campo, a implantação de programa de documentação civil na Amazônia, com foco na mulher, a instituição de grupo de trabalho para elaboração, com a participação da sociedade civil, de um programa nacional de agroecologia, e o início de um diagnóstico de todos os assentamentos rurais no Brasil, para “definir como encaminhar a questão do acesso à terra daqui por diante”.
“Eu quero intensificar o diálogo do governo com vocês. Tenho certeza de que o debate com os movimentos sociais é fundamental. E tenho certeza de que as críticas e as sugestões são essenciais e muito bem-vindas, pois permitem que atuemos cada vez melhor, que possamos, juntas, construir o Brasil que queremos: um país sem miséria, um país rico e um país mais justo e menos desigual”, concluiu.
Márcia Carvalho, assessoria Fecosul, com agências
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