Alagoas é o quinto Estado a receber projeto a Cor da Cultura
A capacitação foi encerrada na sexta-feira (19) no Centro de Formação Ib Gatto Falcão, no Centro Educacional e Pesquisas Aplicadas (Cepa) e teve carga horária de 40 horas. A etapa seguinte será o de tornar os 30 técnicos em multiplicadores do projeto, pretendendo atingir cerca de 300 professores da rede estadual até outubro deste ano.
A iniciativa é fruto da parceria da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) e Secretaria da Mulher, da Cidadania e Direitos Humanos (SMCDH), com o governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC); Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e Fundação Palmares. O projeto conta ainda com o apoio da rede Globo, do Canal Futura, Petrobras e do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan).
Para a gerente de Diversidades da SEE, Irani da Silva Nunes, a capacitação dos técnicos foi um passo importante para que os professores se conscientizem em implementar a lei 10.639/03 que prevê a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-descendente nas escolas públicas.
“É com certeza um passo importante para diminuirmos o racismo e as amarras do preconceito e uma oportunidade de conhecermos melhor a rica cultura que todos nós herdamos, mesmo que inconscientes”, destaca Irani.
Já a professora e uma das palestrantes na capacitação, Marta Muniz, também coordenadora pedagógica do Projeto a Cor da Cultura, ressaltou que o processo de implamentação da lei 10.639/03 continua com o monitoramento das ações dos 30 técnicos e professores por parte do projeto.
“O A Cor da Cultura prossegue com um acompanhamento virtual, porque é um processo que tem de ser contínuo até porque não é fácil quebrar barreiras e preconceitos de séculos”, ponderou.
A cultura negra
A professora Marta Muniz informou ainda que cada multiplicador recebeu um kit que contém 41 programas com três cadernos pedagógicos, com uma guia do formador infantil, jogo educativo intitulado “Heróis de Todo Mundo”, com a participação de personalidades, atores, atrizes e artistas que contam experiências de vida, além da distribuição de CDs e DVDs, acompanhado de um miniglossário ilustrado, denominado de Memória das Palavras.
A coordenadora acrescentou que a primeira fase do Cor da Cultura, em 2010, passou pelos estados de Pernambuco, Bahia, Paraíba, Bahia e mais o Distrito Federal.
“A cultura afro é tão importante e influente que as pessoas nem se dão conta disso no dia a dia e repetem palavras que se são familiares do ponto de vista linguístico. Do ‘neném’ e ao ‘naná’ que nossos pais nos acariciavam em nossa infância e cuja origem vem dos costumes afros”, destaca Carla Suassuna, professora e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Técnicos e professores como multiplicadores
Boa parte do sucesso da iniciativa de implantação da Lei 10.639 vai depender de gente como Cláudio Cardoso, um dos 30 técnicos e multiplicadores que participaram da capacitação no A Cor da Pintura. Professor e técnico lotado na 11ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) que abrange oito cidades do Alto Sertão alagoano, ele dá sua impressão sobre o curso. “Acredito que com essa capacitação e com a metodologia que vimos, vai ficar mais fácil quebrar as barreiras que ainda existam em relação à cultura afro”, opina.
Para professora e integrante da 3ª CRE, Amélia Barreto, o curso foi importante porque vai faciltar a quebra de outras barreiras no ensino público, além do preconceito. “Com as novas tecnologias de que dispomos, as nossas escolas e própria sociedade devem ir além dos muros e se encontrar com uma nova forma de pensar e avançar em termos de informação e cultura”, ressaltou Amélia.
por Agência Alagoas
Nenhum comentário:
Postar um comentário